Esse careta escreveu um livro chamado Admirável Mundo Novo. Adoro ficção. Trata-se da sociedade humana no futuro, monitorada ao extremo, cerceada de quase todas as vontades e praticamente anulada de todas as virtudes do homem. Li em 86/87 não me lembro bem. Só me lembro agora que estamos perto disso. "Conduzidos". As coisas acontecem errado e pouca gente se dá conta disso. Há uma neblina densa cobrindo os sentidos de todos. Estamos ficando acomodados, conduzidos como gado, orientados na complacência, passando pela vida sem poder alterá-la. Ficamos compadecidos pela ineficiência alheia. Ninguém fala nada. Ninguém se incomoda com nada. Ninguém faz nada. Até eu. Conseguimos chegar ao absurdo de tolerar fatos negativos que em outros tempos seriam, sabiamente, execrados pela sociedade. Modernidade? Acho que não. Evolução? Também acho que não. Massificação da imbecilidade? Sim, pode ser isso. Tudo caminha para uma deteriorização silenciosa, como uma doença que, primeiro ataca a razão, depois a visão e por fim a vontade. Uma doença chamada inanição. Todos estão contaminados. Eu, voce, o Zé da esquina, os filhos, os parentes, o mundo. Tudo pode parecer normal, mas não está normal.
Teoria da conspiração? Não, nada disso. Só enxergo umas coisas onde elas não deveriam estar.
Depressão? Não. É falta de vergonha na cara para começar a mudar.
Provas? Seja atendido em qualquer lugar por uma mula. Veja como as escolas estão se adaptando aos alunos. Olhe para si mesmo e tente não se envergonhar de algo. Tente sentir de perto a banalização da criminalidade. Assista a TV. Leia seu provedor de internet. Abra um jornal. Vote com a massa. Acredite no seu candidato.
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