Todos sabem que sou devoto do Emerson. Não conheço, sinceramente, carreira mais brilhante, romântica e vitoriosa que a dele. Brilhou no turismo e assombrou o mundo nos formulas. Jim Russel disse uma vez que todo piloto inglês tremia quando chegava um piloto brasileiro em Londres. Tudo culpa do Rato.
Digo isso para chegar ao meu piloto "nacional" favorito. Ciro Cayres. O Pai do Opala. Desde que me interesei por corridas de automóveis lia a seu respeito e "via" alguma coisa na 4Rodas. Jé era aposentado das pistas. Mas exercia e exerce em mim um fascínio enorme.
Trabalhou no setor de desenvolvimento da GM e foi dado a ele a tarefa de "tropicalizar" o Opala. Como o nome diz, Opel e Impala, eram a base do carro. O Opel Rekord foi a base do projeto e a mecânica veio do primo Impala, de origem americana.
Ciro tinha paixão pelos Opala. Certa vez, em uma apresentação aos jornalistas esportivos, a GM disponibilizou vários Opalas para andarem em seu campo de provas. Conta-se que Ciro, furioso, retirou as chaves das mãos de um repórter que insistia em raspar o câmbio e dar cavalo de pau com o carro. Repreendeu veemente o sujeito e disse que o carro aguentava tudo, menos um jumento ao volante.
Pouco antes de morrer em 89, Ciro concedeu uma entrevista dizendo que não era vaidoso com nenhum de seus carros. Somente com o 44. Um Opala Super Luxo 1973, cupê, cor creme de pré-produção, que andava na Divisão 3 e que Ciro conquistara inúmeras vitórias e seu título de campeão.
"Quando dá na veneta, saio com ele para comprar pão..." Imagine um 4.400cc, com três Webber duplos, escape aberto saindo logo abaixo da porta do motorista e talas largas estacionado na padaria da esquina...
Também lhe foi perguntado o porque do numeral 44. Superstição? Nada... Ciro dizia que era 44 por ser fácil fazer o número com fita isolante...
Ciro Cayres. O Mestre do Opala.
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