Pronto, mais um ditador morto. Parece que assim vai se construindo uma nova dignidade perante a humanidade. Matar o que mata. Assassinar aquele que assassina. Será que a sensação de alívio do caro leitor ao saber da morte do Muamar não se mistura à mesma que ele sentia ao matar algum "desafeto"? Podemos nos orgulhar disso?
E o índio boliviano e o maluquete colombiano? O caro leitor vai rir quando chegar a hora deles ou eles são do mesmo partido vosso?
E foi morte morrida ou morte matada?
Matar ditador pode? O que separa um ditador de um corrupto que aflige milhões com suas falcatruas? Também pode matar? O bom senso diz que sim. A necessidade de uns não pode prevalecer perante a necessidade de muitos.
Não seria reconfortante saber que se pode eliminar os desafetos? O Muamar estava incomodando quem? Quem queria o petróleo líbio? Ou o cara mandou um foda-se a Washington? Pode matar? Vamos sair matando os que estão na cadeia primeiro e depois os que estão nas ruas ofendendo o coletivo...
Só que o seu opressor pode ser benéfico a mim... E aí? Pode? E se meu opressor for da sua família? Pode? Quem decide isso?
Vamos pegar uma bola da vez e fazer o teste. Cadê o Pimenta? Cadê o cara que matou a japonesa? E cadê a porra dos bandidos que ninguém prende?
Vamos começar a matar que tá valendo. Talvez assim a gente se torne um assassino com permissão de matar... Tipo 007... E não esses outros assassinos que estão por aí, de segunda classe...
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