Estava na Av. Santo Amaro acho que em 89 ou 90, quando descobri a Parolu. Fui ver a pista e fiquei amigo do Paulo. Um sujeito de 4 metros de altura e 2 toneladas. Era realmente intimidador dar a mão ao cara. Minha mão sumia dentro da mão dele. Uma simpatia.
E o que ele fazia com as mãos era um absurdo. Era cômico ver aqueles dedões mexendo em peças minúsculas de motores e chassis de autorama. Além de tudo isso, era um campeão. Já tinha andado em campeonatos fora do Brasil e havia se tornado uma lenda viva no meio das fendas.
Como já disse aqui em outro post, fui colocar meu 12 Endurance para andar na sua pista. Foi uma piada. O carro todo estava fora do regulamento e ele gentilmente me deu um calhamaço de folhas com todos os regulamentos de provas que participou. Além disso, se prontificou a mexer no meu carro de graça. Foi um dia inesquecível. Saí de lá umas 11 da noite.
Foi nesse dia que conheci o Bob Green. Eu estava andando e baixando o tempo a cada volta. Quando eu estava a um décimo do tempo considerado bom, o Paulo tirou da maleta um Endurance e falou assim: Marcão, este é o Bob Green. Olha isso...
Nunca tinha visto aquilo... O motor berrava tão alto que parecia que ia fundir... Em poucas voltas ele detonou o próprio recorde da pista e deixou eu andar um pouco com o canhão... Eu não parava na pista...
Hoje, depois de todo esses anos, comparo o Mura 12 normal como um carro da Hispania e o Mura 12 Bob Green como o carro da Red Bull...
Em tempo: Bob Green era preparador de motores de autorama na califórnia e foi contratado pela Mura para desenvolver novos projetos. Nem preciso dizer que fiquei um tempão juntando dinheiro para comprar um...
